A participação russo-brasileira no grupo Brics, juntamente com a China, Índia e África do Sul, prova que é possível criar centros alternativos de poder e uma nova ordem mundial multipolar. Segundo os países, essa nova ordem será muito mais estável do que o atual sistema unipolar dominado pelos Estados Unidos.
Em termos políticos, tanto Brasília como Moscou são grandes promotores do Direito Internacional e da resolução pacífica dos conflitos. Ambos os governos, por exemplo, se manifestam contra a solução militar do conflito na Síria e participam ativamente nas negociações pela crise no Oriente Médio.
Além disso, o Brasil e Rússia incentivam o aumento da participação dos países emergentes em organismos internacionais, como, por exemplo, o Fundo Monetário Internacional. Nesse sentido, o Brics planeja a criação de um Banco de Desenvolvimento próprio para investir na infraestrutura e no desenvolvimento sustentável dos países emergentes, sem o uso do dólar americano. O projeto será discutido na próxima cúpula do Brics, que se inicia nesta terça-feira (26) em Durban, na África do Sul.
O Brasil e a Rússia adquirem maior importância não apenas em economia e política internacional, mas nos esportes. Ambos são os organizadores de uma série de grandes eventos esportivos internacionais como a Copa do Mundo no Brasil em 2014 e na Rússia em 2018. Enquanto os Jogos de Inverno 2014 serão realizados em Sôtchi, no sul da Rússia, os de verão de 2016 terão lugar no Rio de Janeiro. Além disso, em 2013 o Brasil sediará a Copa das Confederações da Fifa e a Rússia receberá Universíada de Verão, na cidade de Kazan.
Em fevereiro de 2013, os dois países realizaram a VI Assembleia do Comitê de Cooperação Russo-Brasileira. O premiê russo Dmítri Medvedev, junto a uma delegação de ministros e empresários, visitou Brasília para se encontrar com Dilma Rousseff, que, em seu turno, realizou uma visita oficia a Moscou em dezembro de 2012.
No que diz respeito ao comércio bilateral, o Brasil prometeu a eliminar restrições fitossanitárias contra a importação de trigo da Rússia, enquanto a Rússia vai cancelar o embargo à carne bovina e suína brasileira. A demanda pelo trigo russo no Brasil começou a crescer após a diminuição de importações de trigo argentino.
No setor de energia nuclear, o Brasil convidou o governo russo para colaborar no projeto de elaboração de um reator nuclear multipropósito.
Além disso, o Brasil inaugurou uma estação de rastreamento do Glonass, o sistema russo de navegação global por satélite concorrente do GPS. A primeira estação do Glonass localizada fora do território da Rússia permitirá melhorar o sinal no Hemisfério Ocidental.
Para concluir, criou-se um Grupo de Trabalho sobre Temas Esportivos que facilitará uma troca de experiências e o intercâmbio de especialistas na organização dos grandes eventos esportivos internacionais vindouros.
Fonte: Gazeta Russa