Ao ler literaturas de grandes escritores russos como Dostoievski ou Liev Tolstoi sentimos o grau de sensibilidade e mentalidade vanguarda que estes escritores tinham em contra partida do seu tempo. Dostoievski em “Recordações da casa dos Mortos” demonstra a vida de presidiários em presídios na Sibéria, este romance mostra as aflições e sentimentos que os prisioneiros passavam. Trata-se de um romance desafiador, pois o escritor mostra que na mais “horrenda” criatura há sensibilidade. Ao ler Recordações você é levado ao ambiente escrito por Dostoievski e sente a profundidade do sentimento com que o livro foi escrito, com o perfil dos personagens e fica realmente intrigado como Fiódor D. consegue expressar o lado bom e mal do ser humano. Já Liev Tolstoi também trabalha muito com o sentimentalismo e com esta dualidade humana também. Na trilogia Infância, Adolescência e Juventude ele mostra em cada um dos seus personagens os comportamentos bons e maus que cada um deles carregava e qual era a visão do personagem principal. Em alguns momentos você cria uma repulsa do personagem central e isso pelo fato de Tolstoi relatar seus mais íntimos pensamentos sendo eles bons ou maus.
A diferença gritante entre Liev e Dostoievski é que Liev apesar de trabalhar com muitos detalhes, demonstrando as cenas passo a passo e expressando alguns detalhes que não são comuns de observar em outras literaturas é que apesar dos detalhes, você sente mais a fundo o que o personagem principal sente e tem uma visão de como são os outros segundo a ótica do principal. Já Dostoiévski faz com que você mergulhe na personalidade humana e que enxergue por dentro cada personagem e o entenda como alguém individual e não pela visão do personagem principal. Como se cada um fosse real e tivesse narrado a sua história. Sendo assim a sua literatura é intrigante e muito profunda, não é tão simples fazer análises de seus livros. No mais a literatura russa em si é fascinante e rica em conteúdo para quem gosta de ler e desbravar nossos mundos através das letras.