Julio Osvaldo Reyes Calderón é mexicano, atualmente estuda na Universidade Estadual de Nizhni Novgorod- UNN e nos conta um pouco sobre a sua experiência de estudar com colegas russos e sua forma de viver.
Como você conheceu a ALAR?
Um colega comentou comigo, então entrei em contato com eles pedindo mais informações.
Você achou simples o processo de inscrição com a ALAR?
O processo de inscrição foi simples e em geral com a Universidade foi bem fácil e não tive nenhum problema, somente tive que entregar os documentos solicitados.
O que te deixou mais animado com esta viagem?
Obviamente sair do país, ir estudar em outro país com padrões diferentes na qualidade da educação, com outra língua que faz você sair da sua zona de conforto porque você tem que falar com outras pessoas que falam outros idiomas e você tem que se acostumar. Por exemplo, para mim foi muito engraçado pois na América Latina você vê alguém loiro (a) e se “vira” para olhar pois não é muito comum, enquanto aqui o estrangeiro se destaca pela pele morena, então a pessoa diferente é você e isso chama a atenção, você que se destaca já que não é loiro e não tem os olhos acinzentados.
Você tem alguma história engraçada para compartilhar?
Por exemplo, eu me lembro de uma história quando uma amiga me convidou para ir à academia e obviamente eu fui, eu estava de short e então de repente todos olharam para as minhas pernas que são morenas e os russos não são morenos, a não ser quando vão ao spa para fazer bronzeamento artificial para ter essa cor e de repente me perguntaram “ e essas pernas? ” É como se houvesse ido ao spa, fui um pouco engraçado, obviamente que aqui é diferente.
Como são os russos dentro da Universidade?
Dentro da universidade o que eu percebi, não somente na universidade, mas em geral a sociedade é muito participava em todos os eventos, em toda as questões que são organizadas por eles todos participam, inclusive acredito que a cultura enraizada deles é muito voluntária, na América Latina existe isso, porém eu acho que não é da forma como é aqui. Eu conheci pessoas que fazem questão de te mostrar as camisetas de voluntários, eles realizam 5 ou 6 trabalhos voluntários ao ano e para eles é uma questão de orgulho e eles contribuem para a sociedade sem receber nada em troca. Na América Latina existe isso, mas não é da mesma forma, outro exemplo também as aulas de toda a minha educação, na minha graduação os professores perguntavam e era comum que as pessoas evitassem responder como se estivesse escondendo enquanto que aqui todas as pessoas tentam participar como podem em todas as suas atividades.
Como é o tratamento para você como estrangeiro?
Como estrangeiro, tive a sorte de ter conhecido pessoas que também tentavam me incluir em suas atividades, também conheci várias equipes esportivas e me convidaram para fazer parte de equipes esportivas para fazer atividades dentro da mesma universidade e para participar dos clubes de idiomas. Eu também tinha a ideia de que os russos eram muito frios, mas não sei, eu acredito que tive muita sorte de ter conhecido várias pessoas e a maioria deles são muito hospitaleiros, são poucas pessoas que são mais frias.
Todas as pessoas que conheci também são abertas e o fato de eu não estar estudando russo abre outras portas. Quase todas as pessoas que tive contato na Rússia falam inglês ou viajaram para outros países, então dessa forma pode se concluir que eles são interessados em conhecer outras culturas.
O que mais te impressionou na Universidade Estadual de Nizhni Novgorod?
Na verdade, existem várias coisas, mas uma delas são as organizações estudantis que organizam muitas atividades, desde festivais estudantis aos acampamentos de verão e isso é uma grande vantagem, eu nunca havia visto tantas pessoas de diferentes países em uma universidade, por exemplo no México há vários estudantes estrangeiros, mas não tantos, aqui a realidade é de muitos estrangeiros, você sabe que está na Rússia, porém a convivência é com pessoas de vários lugares do mundo.
O que é mais barato em termos de comida que você encontrou na Rússia?
Existem coisas muito baratas, o frango, a batata, a carne de porco. A carne de porco é equivalente à do meu país, em geral os alimentos são baratos, os preços das franquias como KFC, Burger King aqui são mais baratas do que no meu país e de fato com porções mais generosas.
É fácil viajar para outros países mesmo estando na Rússia?
Acredito que sim, em particular eu acabei de voltar de uma viagem, fui para a República Tcheca, Polônia, Áustria e para Eslováquia. Claramente é muito mais fácil porque você está próximo, mas no caso seria mais difícil se você viesse da América e custear esse tour pelo preço, para a viagem que fiz foi mais ou menos U$ 400, mas me diverti muito, e conheci bastantes lugares, conheci vários países.
Como os russos de divertem durante as férias?
No verão há muitos programas, você pode ir nadar, correr, passear de bicicleta, sair com os seus amigos, então existem muitos planos. O que eles gostam de fazer? Acredito que eles saem muito para caminhar e aproveitar a natureza, por exemplo eu gostaria de ir correr próximo ao rio, não importa se está nevando, se o rio está congelado ou se é verão e faz calor. Acho que os russos são muito de sair ao ar livre, ir aos bosques, aos parques, aos rios. Também existem clubes de montanhismo e durante o inverno eles gostam de aproveitar a neve, deslizar na neve e patinar no gelo.
Alguma mensagem para aqueles que ainda não se decidiram em ir estudar na Rússia?
Eu recomendo a todos que decidam e venham, é uma boa experiência e lhes dará independência, especialmente para as pessoas que moram com os seus pais. É uma experiência muito boa, não somente no campo acadêmico, você também terá uma responsabilidade com você mesmo, você terá que lavar as suas roupas, cuidar da sua alimentação, saber programar o seu tempo para conseguir fazer todas as sus tarefas. Quando eu voltei para o México, eu acredito que voltei fortalecido, pelos ensinamentos que me foram dados na universidade, eu sou da UNAM, mas também sou muito grato a Universidade de Nizhni Novgorod.
No vídeo a seguir você pode assistir a entrevista completa do Julio Osvaldo Reyes Calderón:
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